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28 de mai. de 2023

As estúpidas rãs simbolizando a estupidez humana.

Livros de autores chineses que li sempre me agradaram bastante. Cito obras maravilhosas como As Boas Mulheres da China e O que os Chineses não Comem (Xinran), A Montanha e o Rio (Da Chen – veja meu comentário em https://contracapaladob.blogspot.com/2022/01/a-montanha-e-o-rio-nivelados-pela-vida.html ), Adeus, China – O Último Bailarino de Mao (Li Cinxin), Azaléia Vermelha ( Anchee Min), entre outros. Todos, de modo geral, têm as mesmas características ambientais, principalmente porque se passam, via de regra, nos milhares de povoados espalhados pelo território chinês.

Outra obra com as mesmas características, porém com a adição inteligente e recheada de história, mitos populares e contemporaneidade, é a laureada As Rãs, do Prêmio Nobel (2012) Mo Yan. Seu estilo é comparado ao realismo mágico do colombiano Gabriel García Márquez, mas obviamente sem latinidades e com muito das riquíssimas cultura e história da China.

Boa parte das obras chinesas contemporâneas transcorre – ou faz um pit stop - nos períodos de mudanças mais recentes do sistema político chinês e principalmente durante a chamada Revolução Cultural. Neste caso, em narrativa epistolar, Yan principia celebrando a vida numa época de mudanças importantes das práticas médicas ocidentais invadindo a China. E assim este brilhante livro começa a discorrer insistente e ironicamente sobre a vida.

O exaustivo discurso comunista de que o Ocidente liderado pelos norte-americanos é mau e vai invadir a China a qualquer momento é resiliente. Mas, faz parte intrínseca da história da China. No entanto, de forma brilhante Yan coloca-nos rigorosamente defronte à estupidez humana, seja pela guerra entre nações, seja pelo extremismo de ditaduras radicais ou mesmo pela própria cobiça e egoísmo humanos.

O controle da natalidade chinês com a política de filho único vigorou por 43 anos, de 1970 a 2013, quando foi liberada para dois filhos, devido ao envelhecimento populacional. O controle foi rigoroso, trágico e violento e é sobre essa dramática e homicida cicatriz na história da China que trata este romance incrível de Mo Yan. Segundo os chineses esse capítulo contribuiu para o desenvolvimento não só da China como de todo o mundo, pois afinal todos dependem dos recursos naturais do planeta e uma superpopulação seria desastrosa para a sobrevivência dos povos.

E é a partir desse princípio dantesco (sempre criticado pelos ocidentais) que se baseia hoje toda a orientação política da Nova Ordem Mundial e dos megacapitalistas - ironicamente antagônica aos eurasianos da China e da Rússia - que prevê uma drástica redução populacional no mundo para que se obtenha um controle mais efetivo dos recursos naturais e, claro, da própria população. Calcula-se que mais de 450 milhões de pessoas deixaram de nascer na China naquele período, nação que hoje abriga mais de 1,3 bilhões de pessoas, a segunda maior população mundial após a Índia (1,4 bilhões).

Assim torna-se importante a leitura de As Rãs para termos um parâmetro talvez de nosso futuro refletido a partir da política do filho único chinês, claro, sem os provincianismos brilhantemente elaborados pelo autor.

De um passado recente aos dias atuais, a obra inicia sua segunda parte com os protagonistas já idosos e, como no peso da idade, a narrativa torna-se mais lenta e ingressa, em alguns trechos, numa fase de romance de formação, com extensas narrativas sobre situações, locais, alimentos e personagens. E, a seguir, a um aborrecido texto de teatro que, ao passar para um surrealismo mais dinâmico, via realismo mágico, resume o âmago da obra e finaliza com um julgamento de uma das principais protagonistas da trama. E, inegavelmente, à política do filho único implantada pelo governo comunista chinês, trazendo as estúpidas rãs simbolizando a estupidez humana.

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Valdemir Martins

26.05.2023 

Fotos: 1. capa do livro; 2. Localização de Gaomi, cidade natal do autor; 3. A campanha de filho único da Revolução Cultural; 4. A tia obstetra do Partido; 5. Mao Tse Tung; 6. O ranário; 7. Gaomi hoje; Mo Yan.


10 de mai. de 2023

Acreditar em esquerda x direita é não ter a menor noção do que acontece hoje no mundo.

 “A guerra na Ucrânia e a Nova Ordem Mundial”: um livro assombroso, lógico e atualíssimo; uma obra importante por despertá-lo e por abalar suas estruturas pessoais.

Preocupação com filhos e netos e até com o próprio futuro dos seres humanos leva-nos a ler e estudar assuntos que geralmente só são tratados por especialistas. Mas neste caso, como se versa de matéria que nos transpassa imperceptivelmente no cotidiano, a Guerra na Ucrânia e o Globalismo passam a ser assuntos emergenciais, urgentes e inadiáveis.

A grande maioria das pessoas, mesmo as cultas, não se apercebeu ainda da gravidade da situação mundial hoje, onde estão em confronto ideológico – e não só bélico – por poder e pelo domínio da gestão mundial, três grandes grupos constituídos pelos ocidentais (globalistas da Nova Ordem Mundial), os russos (eurasianistas e islâmicos) e os chineses. O mundo mudou. E apenas uma minoria notou isso. Estamos mais próximos das configurações de George Orwell, em sua obra máxima “1984”, do que imaginamos: a divisão do mundo em três grandes grupos fortes e radicais.

Assim, a descoberta do livro “A Guerra na Ucrânia e a Nova Ordem Mundial”, um debate do jornalista Cristian Derosa e do estudioso e empreendedor Jonas Fagá Jr, lançamento da Editora Danúbio, tornou-se fundamental para deixar de me achar ludibriado por figuras grotescas como Lula da Silva e sua trupe apoiada pelo narcotráfico, Alexandre de Moraes e seus algozes travestidos de ministros, juízes e políticos do teatro das tesouras, a imprensa panfletária, os perdulários artistas festivos e militantes e as hordas de inócuos, deslumbrados e traídos patriotas desinformados e desatualizados que infestam as redes sociais. Claro, além dos eleitores, ignorantes inocentes úteis, e dos demais alienados que só olham para seus umbigos.

Um livro inteligente, atualíssimo, que deve ser lido, refletido e assimilado parágrafo a parágrafo. Nele descobrimos as “origens do Mal”, seus líderes e objetivos, os manipuladores e suas táticas, com o destaque para o uso da pandemia (Covid 19) e políticas de vacinação em massa (OMS) para indiretamente controlar governos, instituições, religiões e a população de modo geral, tendo o aliciamento e domínio da justiça, da educação, da mídia e das big-techs como a grande estrada.

Apesar de não ter a China como fulcro do debate, os autores subentendem nas entrelinhas a grande força desse país e seus afluentes. Assim, assimila-se que as três potências mundiais (a Nova Ordem Mundial – NOM no Ocidente; a Rússia - e a China – no Oriente) têm o mesmo objetivo de governar o mundo, todavia com estratégias bastante distintas. A dos Ocidentais (NOM) é a mais complexa e abastada; a dos Eurasianistas (Rússia e China), sendo a da Rússia, como sempre, a mais direta e brutal e a da China, a mais pragmática e eficiente.

Deste modo, claramente se constata que a China está presente nos quatro cantos do globo, dominando uma série de atividades estratégicas, enquanto os globalistas, através de inúmeras narrativas imundas, tentam o domínio gradual sem sujar as botas na lama. E os russos, como habitualmente, parecem o rinoceronte na loja de cristais, sem respeitar as barreiras para abater os donos, os funcionários e os clientes. Isso tudo inspirado no fascismo russo criado pelo ideólogo Alexandr Dugin, guru inspirador de Putin, que utiliza estrategicamente o ocultismo misturado a uma estética nazista para seduzir uma juventude cansada da burocracia ocidentalizante do governo russo pós-URSS.  

A partir da década de 1990, os russos continuaram utilizando as sujas artimanhas criadas pela KGB para prosseguir influenciando a maioria dos seus países satélites com algum sucesso. E isto nos faz refletir sobre os atos como o do governo de Lula da Silva em 8 de janeiro deste ano que infiltrou elementos maleficamente orientados para depredações visando incriminar e aniquilar os movimentos de direita persistentes pós eleições fraudadas, podendo acusá-los assim de terroristas. A diferença é que as operações da KGK nunca falharam, pois não são improvisadas e jamais deixaram rastros. Com os russos, quem não é bem sucedido, mesmo que minimamente, é morto “acidentalmente”. Por aqui, vira uma tragicomédia bufona e injusta.

Assim, o mundo hoje é constituído pelos ocidentais da NOM que acabam de lançar mais uma campanha de terror - pela mesma mídia militante e as big-techs que nos “informaram” sobre a Covid-19 e suas vacinas -, apregoando que essa guerra se trata de uma primeira investida dos russos de um projeto expansionista que utilizará se necessário armas termonucleares; e os eurasianos que acreditam e difundem que Putin está apenas iniciando uma cruzada na defesa dos valores conservadores contra um ocidente imoral e decadente, tendo a China como sua aliada.

Não existem mais essas narrativas idiotas de comunismo e socialismo e esquerda x direita. Isso é coisa de países subdesenvolvidos, como os do centro e sul americanos. São sistemas políticos superados, abandonados por disfuncionalidade e que passaram a ser coadjuvantes para as nações onde existem dinheiro, inteligência e força.


Também passam a ser histórias da carochinha, após a leitura desta obra, todos os conceitos maravilhosos impingidos à burguesa e maçônica Revolução Francesa e às demais derrubadas dos impérios germânico, austro-húngaro, otomano e dos czares russos, bem como o Iluminismo e a criação da ONU, berço do arrangement do movimento metacapitalista da oligarquia de bilionários que hoje domina e controla o mundo. Poucos no Ocidente estão realmente conscientes da realidade e do perigo representado pelo projeto (Agenda 2030) metacapitalista (ou Globalista) que apregoa falsamente a defesa da Liberdade e da Democracia.

Por seu lado, os eurasianos, liderados pelos russos, refletem as intenções de Putin de retomar criteriosamente suas antigas áreas de domínio em épocas de União Soviética – como é o caso da Ucrânia – sem deixar que o Ocidente (ou os Globalistas) passe a controlá-los.  Sempre com o falso argumento do resgate dos valores conservadores e da moralidade.

Este livro tem muita informação atualíssima, além de considerar bases históricas e geoeconômicas de fatos e, portanto, é muito difícil comentá-lo com poucas palavras. E não se limita apenas a considerar a guerra na Ucrânia. Na verdade é um verdadeiro compêndio – sem sê-lo – da História Contemporânea. Tem tudo que a gente precisa para ser o chato da rodinha ou o estraga prazeres; ou então, a cara que vai concentrar a atenção num círculo de pessoas mais cultas e independentes.

A guerra beneficia o Ocidente e sua NOM a partir do momento em que desvia a atenção de suas máculas, como as fraudes nas eleições norte americanas e brasileiras; a divulgação dos relatórios negativos sobre as vacinas e ações da pandemia; a fragilidade econômica manipulada a favor das oligarquias; a lenta, gradual e quase imperceptível degradação da educação e da cultura.

E quem paga a conta é a população mundial produtiva, ocupada em trabalhar para sobreviver e resolver seus problemas, sem se aperceber das sombras que os envolvem. Assim como as populações enredadas nos conflitos, que pagam com suas vidas, destruídas sem piedade, para alimentar a ânsia de poder de meia dúzia de psicopatas instalados nos tronos do mundo.

Na segunda parte do livro inicia-se um debate entre os autores, onde os mesmos fazem comentários e contestações das análises de cada um. É muito interessante, mas torna-se um pouco mais pesado na leitura. Mas, vale à pena, pois acabamos aprendendo bastante sobre história, política, religião e filosofia.

E então, o livro entra na fase de réplicas em sua segunda parte e torna-se um pouco chato por conta de contraposições teóricas que acabam levando-nos a trechos de leitura um pouco aborrecidos. Mas, sem deixar de trazer-nos revelações surpreendentes. Acredito que a grande ausência do livro – e talvez do próprio debate – é o fato de os autores debatedores não considerarem devidamente a força da China, presente nas principais localizações produtivas, de transporte e de comunicação no globo. Portanto, a terceira maior força econômica, política e militar do planeta fica fora deste importante debate sobre as grandes forças que lutam para dominar o mundo.

De qualquer forma, os autores debatedores convergem e defendem a preservação dos valores cristãos na sociedade. Seja qual for a tendência político-social prevalente, é fundamental que se mantenham esses valores para o equilíbrio no convívio entre os povos. São colunas fundamentais para sustentar a família, a história, a cultura e a religiosidade cristãs, as quais preservam os denodos combatidos tanto pelos globalistas como pelos eurasianistas.

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Valdemir Martins

07.05.2023 

Fotos: 1. capa do livro; 2. Zelensky, Macron (NOM) e Putin; 3. Os autores debatedores Derosa e Fagá; 4. Alexandr Dugin; 5. Bilderberg, o clube dos metacapitalistas; 6. O Federal Reserve; 7. Jeff Bezos; 8. Os Rothschild; 9. George Soros; 10. ONU; 11. Zuckerberg do Facebook; 12. O poderoso Xi Jinping; 13. Reunião do Foro de São Paulo; 14. Os poderosos narcotraficantes; 15. A dupla brasileira comandada pela NOM.

Obs: o livro pode ser lido virtualmente no site da Editora Danúbio: 
https://editoradanubio.com.br/catalogo/a-guerra-na-ucrania-e-a-nova-ordem-mundial/