Provavelmente, como muitos
leitores, já iniciei a leitura de alguns livros, inclusive clássicos, e não
consegui evoluir na leitura e parei para tentar continuar depois. Ou abandoná-la. Não
há pecado nenhum nisso. Creio convictamente que a leitura tem que ser algo
prazeroso, instrutivo e reflexivo. Mas, principalmente, prazeroso.
E a leitura para mim teve princípio
numa das obras de Edgar Rice Burroughs, um dos livros do Tarzan. Isso, espontaneamente
por volta dos meus 12 anos e sem nenhuma influência de pais, professores ou escola.
Li obras que estavam à minha mão, como exemplares da coleção Tesouros da
Juventude, e outros como Julio Verne, Defoe e alguns que comprava do jornaleiro.
Então, já no segundo grau, com
meus 16 anos, li o “Bom dia, tristeza”, da Françoise Sagan, “O Advogado do Diabo”,
do Morris West e “Mila 18”, do Leon Uris, todos por indicação de colegas. Mas,
tive dois excelentes professores de Português e Literatura e adentrei no
maravilhoso mundo dos bons livros por eles indicados. Parti então para leituras de Machado, Alencar, Azevedo, Camões, Padre Vieira, Cervantes, Lorca e Goethe, entre outros. E não parei mais.
E assim, pelo prazer de ler e,
consequentemente, de escrever, criei este blog.
Recentemente, a página Leituras
Livres, do Facebook (a qual recomendo), efetuou uma pesquisa sobre a leitura de
livros difíceis e sua publicação despertou essas reminiscências acima e uma
reflexão sobre o “despertar para a leitura”. E a análise e conclusão dos
resultados levaram inevitavelmente ao desfecho de que por aqui não se
ensina nem se incentiva a leitura no período fértil de aprendizado, principalmente das crianças. Vejam o teor do que foi publicado:
RESULTADOS DA NOSSA ENQUETE 'LIVROS DIFÍCEIS'.
Em primeiro lugar, o que é um livro de difícil leitura?
Ouvimos dos nossos leitores algumas expressões reveladoras:
'Nomes e expressões estrangeiras '
'Narrativas não lineares, parágrafos sem começo nem final'
'Experimentalismo do escritor'
'Muita descrição, parágrafos longos'
'Quando a linguagem é muito técnica com termos científicos ou especializados ' (muita gente declarou ter dificuldades de ler o gênero sci-fi)
Entraram na categoria de autores difíceis:
Internacionais: Faulkner, Thomas Mann, Borges, Virginal Woolf, Umberto Eco, James Joyce, Proust, Saramago, Lobo Antunes e até Gabriel García Marquez com 'Cem Anos de Solidão '. Houve até quem tenha citado Dostoievski como uma leitura difícil (Crime e Castigo).
Brasileiros: muitas menções a Guimarães Rosa, ao Machado de Assis (especialmente Memórias de Brás Cubas), aos Sertões de Euclides da Cunha.
Chamou nossa atenção a quase ausência de menções a autores ou autoras mais contemporâneos, da nova literatura praticamente nada.
Numa primeira conclusão, já que nossa amostra foi pequena (cerca de 130 leitores participantes) podemos dizer que talvez não existam livros difíceis, mas uma insuficiência nossa que pode estar em três tipos de situação:
a) não somos treinados na leitura constante;
b) não temos escolaridade nem repertório para ler livros mais complexos;
c) não temos real interesse em determinado tema ou história, nem identificação com determinados autores.
Em todo caso, não é todo mundo que gosta de enfrentar uma leitura desafiadora.
Para este público recomendamos que antes de se deixar seduzir pela propaganda tipo 'o mais vendido', pense em suas próprias motivações: o que busca? O que deseja explorar?
Enfim, quando não temos um real interesse, tudo fica mais difícil.
Leituras Livres (autorizado)
Com certeza vocês vão tirar suas conclusões e muitos vão entender a importância de se incentivar a leitura em casa, seja para os filhos, netos, sobrinhos, afilhados e até as crianças dos vizinhos e amigos.
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Valdemir Martins
20.7.22024
Foto: publicada na postagem do Leituras Livres.
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