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14 de jan. de 2024

Uma belíssima temporada no Inferno.

Pessoas sensíveis são as que mais sofrem nos relacionamentos? Essa questão universal diversifica-se nos contextos culturais, religiosos e sociais e está presente nas mais diversas manifestações artísticas globais. Talvez uma das mais marcantes representações desse sofrimento esteja na magnífica obra Uma Temporada no Inferno, do revolucionário poeta francês Arthur Rimbaud.

Com apenas 18 anos e num sofrido relacionamento com o também valoroso poeta Paul Verlaine – bem mais velho que ele -, escreve este texto que é provavelmente um dos mais estudados na literatura mundial. Meio poesia, meio prosa, esta pequena obra derruba conceitos literários antes bem estruturados. Um gênio bastante padecido e autopreservado supera uma vida mundana e até um tiro de seu inconstante amante.

Para se ler, entender e apreciar Uma Temporada no Inferno torna-se fundamental conhecer a biografia de Rimbaud. Sua obra é sua vida – ambos muito curtos - colocada em papel de forma renovadora de uma literatura até então bastante conservadora como a parnasiana que o antecedeu. Ele a moderniza. Extrapola regras com a simples e honesta expressão de sentimentos. Sentimentos de um ser extremamente sensível e que por demais sofreu em seus relacionamentos, seja o amoroso ou o familiar. Ele liberta a expressão dos sentimentos nas artes, trazendo a realidade para ela, tornando-a autêntica, natural e verdadeira.

Assim, ler esta pequena obra representa se tonificar de algo novo, sofrido e real. Seu texto é profundo e suas imagens perfeitamente sentidas no todo o que lhe foi a vida. Aqui, especialmente, está um relato de seu beligerante e amoroso relacionamento com um poeta mais velho extremamente apaixonado, ciumento e possessivo. Rimbaud o escreveu com a alma, tenham a certeza.

Seu texto busca respostas, além de desabafos, críticas e acus
ações. Busca caminhos e respostas para questões religiosas, sociais e pessoais principalmente. Não há muito que se comentar sobre sua curta obra, pois ela é extremamente autoexplicativa. Para entendê-la basta conhecer sua vida e lê-la, senti-la.

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Valdemir Martins

03.12.2023

Fotos: 1. Capa do livro; 2. Rimbaud e Verlaine; 3. Grupo de amigos poetas e artistas; 4. Paul Verlaine; 5. O autor Arthur Rimbaud (foto da Vecteezy).

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