The Rose Joplin
She gave, and gave, and gave. And now have not to give.
Janis Joplin. Um
nome. Muito falado e pouco conhecido, principalmente por aqui. Os mais jovens,
então, nunca devem ter ouvido falar desta personagem de voz e performances
celestiais. Um ser lindo, com história depressiva e até deprimente, mas
insuperável em seu típico talento musical.
Foto: Ricky Ferreira/revista Trip |
Amada e muito
reverenciada pelos fãs e principalmente críticos e músicos da década de 1960 –
Jim Morrison, Bob Dylan, Jimi Hendrix, Kris Kristofferson, entre outros – foi considerada
uma das 100 maiores artistas de todos os tempos pela revista Rolling Stones e
destacou-se internacionalmente como maior intérprete de rock, blues e soul
music, em especial nos Estados Unidos, mas muito pouco por aqui nas plagas
tupiniquins, curtida apenas por uma elite cultural e musical.
Assim, quem não
conhece sua curta história musical (basicamente apenas quatro anos), ou quem já
ouviu e gostou de sua música e voz, deve ler esta matéria chocante da revista
Trip para conhecer, ironicamente, o inferno e o paraíso na vida de uma pessoa
por aqui desconhecida:
Morta
em 4 de outubro de 1970, em Los Angeles, Califórnia, por overdose de heroina,
com apenas 27 anos – coincidentemente como seus contemporâneos Brian Jones
(Rolling Stones), Jimi Hendrix, Jim Morrison (The Doors), Pete Ham (Badfinger)
e outros roqueiros famosos mais atuais como Kurt Cobain (Nirvana) e Amy
Whinehouse – Joplin viveu toda a efervescência do movimento hippie, das
cantigas de protestos, da descoberta do psicodelismo, das drogas e do Zen, e da
marcante geração da Guerra do Vietnã.
Nascida
Janis Lyn Joplin em Port Arthur (Texas) em 1943, cresceu ouvindo blues e folk
music. Entrou para a Universidade do Texas onde adotou as vestes dos chamados “poetas
da geração beat” e começou a usar drogas,
principalmente a heroína, e a beber, preferencialmente licor de frutas e
uísque. Conheceu a banda Big Brother and
The Holding Company onde se destacou, em 1967, com uma performance brilhante
no Festival
Pop de Monterey, cantando Ball and Chain
(https://www.youtube.com/watch?v=r5If816MhoU ) No final de 1968 formou o grupo Kozmic
Blues Band para se apresentar no histórico e lendário Festival de Woodstock. No ano seguinte
formou a banda Full
Tilt Boogie Band e com eles gravou o seu mais primoroso álbum (LP na época) Pearl de 1971, lançado após sua morte, e que teve, como
destaque, as canções "Me and Bobby McGee" (de Kris
Kristofferson) e "Mercedes-Benz",
escrita pelo poeta beatnik Michael McClure (https://www.youtube.com/watch?v=sfjon-ZTqzU e (https://www.youtube.com/watch?v=Qev-i9-VKlY )
As
últimas gravações que Janis fez foram Mercedes
Benz e Happy Trails, sendo a última
feita como um presente de aniversário para John Lennon, que
faria aniversário em 9 de outubro. (
https://www.youtube.com/watch?v=S6ThBBYUmEI
) Em entrevista, Lennon contou que a
fita chegou em sua casa após a morte de Janis.
Vale
à pena, ainda, ouvir sua fantástica interpretação do clássico Summertime,
gravado em 1969, um ano antes de sua morte: https://www.youtube.com/watch?v=bn5TNqjuHiU
Filme
Baseado
em sua vida, mas com muitas diferenças, o filme The Rose (A Rosa), com a
extraordinária performance de Bette Midler e a participação de Alan Bates, foi
lançado em 1979 – veja o trailer https://www.youtube.com/watch?v=DKir4VZKd4g
, onde uma cantora pop (Bette Midler) sucumbe às
pressões das diversas apresentações e se torna viciada em drogas e na bebida.
Dyer (Frederic Forrest), sua paixão que também é seu motorista, tenta salvá-la
da autodestruição, mas enquanto isto Rudge (Alan Bates), seu empresário inglês,
é no final das contas o principal culpado por não preveni-la da inevitável
decadência que sua carreira sofreria se vivesse no esquema do "sexo,
drogas e rock'n roll". A história reflete os cantores populares que caíram
vítimas do excesso de sucesso. Se quiser ver o filme, tente baixá-lo no site
Filmes Cult (http://filmescult.com.br/a-rosa-1979
). E bon voyage!
Livros
Três livros em português
destacam-se para abordar tão delicada e conturbada biografia:
- “Com Amor, Janis Joplin”, escrita por sua irmã Laura, que
imortalizou sua memória nas páginas do livro baseando-se nas cartas – muitas inéditas
– sempre assinadas “Com amor, Janis Joplin”. Aqui, se revela também, o lado
mais humano da cantora. Livro esgotado, lançado pela Editora Madras em 2007, e
que pode ser adquirido no site de sebos Estante Virtual, entre outros.
- “Janis Joplin Por Ela Mesma”, Editora Martin Claret, livro do
brasileiro Atanasio Cosme baseado nas notícias internacionais sobre a cantora
(livro-clipping). Sinopse da editora: Janis Joplin, com pouco mais de 17
anos, já cantava em bares de beira de estrada em troca de bebida ou droga.
Rebelde e atormentada, cantou com o mesmo fervor a violência do rock e o
desespero do blues. Consagrada após o
Festival de Monterey, em 1967, tornou-se uma superestrela do rock mundial. Seu
primiero disco, 'Cheap Thrills', vendeu um milhão de cópias. Foi a única
cantora branca capaz de cantar blues com sentimentos e garra.
Enterrada Viva” , escrita por Mira
Friedman, editora Civilização Brasileira. A autora conta neste livro a história de toda uma geração. E foi coerente com ela: em seu
livro não há bordados desnecessários, não há dècor, não há nada que lembre
Hollywood. É um livro sofrido, angustiante. Mas de uma honestidade sensível,
para com Janis, para com os freaks de San Francisco, para com a geração que
viveu a época do sonho. Ela a considerava a intérprete mais profunda do apogeu
da música popular internacional a partir do surgimento dos Beatles.
Brinde: música Move Over, do álbum Pearl,
que foge ao tradicional de Joplin.
https://www.youtube.com/watch?v=eihw2hu65S0&list=PL52D3C98D22C1519B19B
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